Cartas às Ruas da Nossa Vida

A ideia é muito simples, convidamos todas as pessoas a escrever cartas às ruas da sua vida que tenham ou tiveram um papel importante, significativo ou sentimental para si e a deixá-las na caixa assinalada para o efeito no LARGO Residências, ao número 35, do Largo do Intendente ou enviá-las por correio para o LARGO Residências (Largo do Intendente Pina Manique nr. 35, 1100-285 Lisboa) até ao dia 02 de Maio de 2021 de modo a que possamos, juntos, desenhar um mapeamento afectivo da nossa cidade. 

As cartas serão utilizadas, no contexto da nossa residência, para um trabalho mais aprofundado de recolha de histórias e testemunhos orais sobre as experiências e a relação das pessoas com a cidade que servirá como base para a construção da “Cozinha à Roda” e de um argumento de documentário. 

No final da nossa residência, estas cartas e/ou alguns excertos serão apresentadas no contexto de uma exposição ou edição de “trabalho em progresso” que poderá, no decorrer do processo artístico, assumir uma de várias formas, desde a exposição do arquivo de cartas, à transmissão radiofónica, à instalação multimédia, ou ao livro de artista, entre outros. Pelo que alertamos todos os participantes de que as cartas na sua íntegra ou alguns excertos serão difundidas, partilhadas ou apresentadas publicamente, no contexto do nosso processo artístico. 

No momento de partilha e apresentação pública da nossa residência, todos serão, claro, convidados a participar. 

Ficamos à espera das vossas cartas às ruas das vossas vidas, até ao dia 30 de Maio de 2021.    

Manifesto

1 – As cartas podem ser enviadas por correio para LARGO Residências, Largo do Intendente Pina Manique nr. 35, 1100-285 Lisboa ou deixadas na caixa assinalada para o efeito no LARGO Residências, ao número 35, do Largo do Intendente;

2 – Cada pessoa é livre de escrever quantas cartas a quantas ruas quiser;

3 – Se quiserem escrever cartas em conjunto, também podem fazê-lo;

4 – As cartas reservam o direito de ser anónimas e esse anonimato será respeitado e preservado no decorrer do processo artístico bem como na apresentação pública;

5 – As ruas da nossa vida podem ser ruas da nossa vida por diversas razões, umas boas outras nem tanto: todas são bem-vindas desde que tenham tido um papel importante, significativo ou sentimental nas vossas vidas;

6 – As cartas têm como objectivo criar um mapeamento afectivo das ruas da cidade de Lisboa, por correspondência, que servirá como base para o nosso trabalho de construção da “Cozinha à Roda” e de desenvolvimento de um argumento de documentário sobre as experiências e a relação das pessoas com a cidade;

7 – É o nosso desejo com este convite criar uma carta geográfica de Lisboa, dos seus bairros e das suas gentes, feita de palavras e histórias, que celebre a nossa humanidade e a nossa relação com a cidade onde vivemos. 

8 – Aconselhamo-vos a escrever as vossas cartas à mão, de forma legível, porque acreditamos que cada identidade caligráfica é única e que permanece no tempo como uma prova da nossa existência enquanto seres humanos e da diversidade de multitudes pessoais e de identidades culturais de que este projecto pretende ser apenas um pequeno e humilde testemunho. No entanto, se vos for impossível escrever à mão ou se preferirem escrever à máquina, são livres de o fazer. 

9 – As cartas que nos enviarem serão apresentadas, na sua íntegra ou alguns excertos, no final da residência, no contexto de uma apresentação pública que poderá assumir uma de várias formas, desde a exposição visual, à peça sonora, à transmissão radiofónica, à instalação multimédia, ou ao livro de artista, entre outras. Pelo que alertamos todos os participantes de que as cartas na sua íntegra ou alguns excertos serão difundidas, partilhadas ou apresentadas publicamente, no contexto deste projecto artístico. 

Durante o workshop a 5 de Junho no Largo Residencias tivemos oportunidade de escrever cartas às ruas da nossa vida e mapear a cidade de Lisboa com experiências pessoais. Um momento de partilha de histórias, sentimentos, frustrações, momentos caricatos, sítios, lugares que nos são mais íntimos. – Encontrar momentos para escrever em conjunto é também importante ,onde estamos todos em silêncio a vasculhar a nossa memória. Momentos de leitura no coletivo é igualmente importante, quando ouvimos a nossa carta a ser lida por alguém e memórias que escrevemos já não são só nossas mas de todos.