A associação Saber Compreender tem como missão a promoção de uma sociedade mais inclusiva onde as pessoas social e economicamente vulneráveis, em situação de privação, exclusão e risco, tenham acesso a condições para uma vida digna. Através de um acompanhamento integrado, multidimensional e individualizado, baseado numa relação de proximidade e confiança.
O espaço foi organizado com base nos princípios da participação, do envolvimento e da colaboração de um conjunto de pessoas que constituem a associação, mais especificamente daquelas que são o público-alvo da Saber Compreender. Este é um espaço de pessoas e para pessoas, onde se promove a partilha de conhecimentos e se dá voz às necessidades e sugestões de todos com vista a uma sociedade mais inclusiva. O desenho e construção do mobiliário do espaço da sede foi feito em colaboração com as três organizações envolvidas, Olivia Page e Beatriz Alves, integrado na Porto Design Biennale 2021.
A pandemia mostrou-nos a importância fundamental das redes comunitárias e das relações sociais, ao mesmo tempo que compreendemos cada vez mais a urgência planetária com que precisamos mudar a forma como vivemos, concebemos e fazemos. Este projeto foi desenhado para produzir duas vertentes de capital social e desenvolvimento de redes em relação a este contexto: pessoas que trabalham com pessoas marginalizadas que priorizam relacionamentos e respondem aos indivíduos como indivíduos; pessoas que trabalham para explorar o futuro dos biomateriais e a arquitetura sustentável em Portugal.
De que forma podemos aprender, lado-a-lado, com quem vive nas ruas? Ao desatar a estigmatização e questionar hierarquias de conhecimento, as comunidades poderão autodeterminar os seus espaços. Dando reconhecimento ao valor de diferentes experiências e competências podemos produzir novas maneiras de trabalhar para apoiar o desenvolvimento pessoal e profissional de vários indivíduos, construir relações com significado e criar espaços sociais fortemente enraizados na comunidade.
Fotografias do projeto tiradas por Joanna Correia.